Não é o uso da ferramenta digital que nos torna proficientes num campo. Usar o Word não implica escrever bem; utilizar um software gráfico não significa que se desenhe bem. Após ultrapassarmos a barreira do domínio básico da ferramenta, já não levamos em conta outras condicionantes do seu uso. Utilizar, por exemplo, um programa de design gráfico sem conhecimentos sobre design gráfico é uma receita para desastres.
- Quanto mais simples for interface do programa mais rápida é a curva de aprendizagem do mesmo e mais intuitiva a sua aplicação. O programa não tem de ser simples e restrito em termos de ferramentas disponíveis, mas aqueles que permitem acesso mais intuitivo às mesmas são os que possibilitam aos alunos melhores trabalhos, sem frustrações provocadas por dificuldades de domínio da ferramenta.
- Abordar a utilização de ferramentas TIC como um fim em si mesmo é contra-producente. Realizar actividades de exploração de ferramentas em que os alunos as exploram para descobrir as suas potencialidades, muitas vezes não se reflecte num uso mais elavborado/habitual/reforçado das mesmas. Os alunos precisam de sentir que estão a usar a ferramenta com um objectivo, muito concreto. Por exemplo, a adesão que os meus alunos fazem à modelação 3D utilizando o Bryce acontece não pelo programa em si, mas porque este lhes permite criar imagens quase realistas, colocando nas suas mãos a possibilidade de criarem algo que se assemelha ao que admiram nos seus consumos culturais (jogos, animação, etc). A utilização das TiC é mais eficaz se for desenvolvida integrada em projectos, como uma ferramenta de trabalho. Se, para o aluno, não for claro o para que pode utilizar a ferramenta, este não a utilizará.
- A escolha das ferramentas a utilizar depende da àrea curricular e dos objectivos que se pretende atingir. Pode variar entre o uso como forma de apresentação de conteúdos e como forma de criação de informação.
domingo, 16 de março de 2008
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